segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Soneto Unigato

(Foto retirada do Adobe Stock)


 
Retirar em si mesmo a inspiração,
Tua verdade, o poder de ler mentes!
- E ser, depois d’algum miado, canção,
Notas guiadas que são clarividentes!...

E da yoga, que venha a meditação,
Enquanto ensina e escuta aos clientes,
Ronrona nas pausas, desenha a ação
- Mediará a própria vida complacente.

Então fico pensativa: ele existe?
Sei que com ele não há ser triste
Qualquer que pereça d’algum tédio.

Risadas e livros brotam d’ alma,
E o felino mágico nos acalma
- Deve ser esse o teu mais doce remédio?

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Já não há olhos...

(Imagem retirada do site: https://www.fatosdesconhecidos.com.br)



O homem que já não a lia mais,
Alia-se ao cântico esquecido,
Sua voz já não ecoava,
Canções eram sussurros no estrangeiro...
Quanto mais sumia, mas eram apagadas,
E as lembranças que não ocorreram
Seguiam-na em tantas andanças,
Surgiam nas pegadas do hipotálamo...
Ah! Amor ao anil apagou-se,
Derradeiro sentimento assassino,
Ora a matava de fome,
Ora a trazia ao limbo...
Ficaste senil ou foste aquilo que (a) partiu!


quarta-feira, 4 de abril de 2018

Eu tigre, ele touro

Imagem retirada de: Depositphotos





Nunca uma dor despertou tanta beleza,
Favorecendo ousadias, algum agouro
Que leva poeiras e traz ouro,
E que pertence a minha natureza.

Quem ontem grita, hoje fraqueja
Em peito quente d’um touro,
Que leva certezas e traz choro,
E que mantém a chama acesa.

Por que amor assim tanto me guia?
Ó luz de dias contados e findos!
Ditoso é quem faz do escuro teu dia!

Na madrugada escuta-se algum rugido,
E meus olhos de tigre em covardia
Olham o teto a ler versos restritos.